Núcleo LGBTQIAPN+
Medita, Bicha! Encontro presencial 14/09
Idade mínima para participar: 21 anos completos.
Contribuição por encontro: R$30
Fala, sangalera!
O encontro presencial de junho do Núcleo LGBTQIAPN+ de Eininji será no sábado 14/09, das 14h às 16h, no jardim do Museu do Catete. Teremos dinâmicas com meditação orientada, roda de conversa e um lanche compartilhado de fechamento.
Quer participar? Envie mensagem no Whatsapp: (21) 99796-3930 ou clique aqui.
Um abraço de bodisatva!
Rafael Mundim
Propósito
O núcleo tem por finalidade acolher pessoas LGBTQIAPN+, independentemente da crença espiritual, oferecendo um espaço seguro onde possam se expressar por meio da fala a partir do coração e da escuta com o coração. Nosso intento é ser um espaço onde você possa contar sua história e ouvi-la sem as amarras da vergonha, do medo e da raiva. Entendemos que a existência deste espaço é essencial para que questões individuais e coletivas de nossa comunidade sejam abordadas, mantendo o respeito à intimidade pessoal e consciência sobre pré-julgamentos.
A comunidade LGBTQIAPN+ é plural em origens, cores, etnias e condições socioeconômicas. Um coletivo que necessita de orientação sobre seus direitos, acesso à justiça e ao atendimento de qualidade na rede pública de saúde. Nesse sentido, o núcleo estimula a troca de informação e vivências entre participantes, construindo um ambiente que contribua para a melhora na qualidade de vida de nossa comunidade.
Nossa ação é sustentada pelos ensinamentos de Buda Xaquiamuni e pelo voto de encontrar na dor e no pesar os alicerces para a regeneração necessária a uma vida mais digna e não violenta.
A comunicação entre o núcleo e demais participantes se dará por meio de grupo no aplicativo Whatsapp.
Ouça a fala do darma de 23/06/21 sobre a importância de termos um espaço seguro, como em Eininji.
Quer saber como as atividades funcionam? Nas abas abaixo, explicamos a dinâmica do nosso Núcleo.
Há poucos lugares onde nossa comunidade pode se sentir segura o suficiente para se expressar e existir. Por isso, Eininji renova seu compromisso em ser uma instituição religiosa que tem o respeito à dignidade da pessoa humana como voto primordial como ordem budista: “Faço o voto de encontrar todas as criaturas com respeito e dignidade e faço o voto de honrar minha vida como instrumento de construção da paz”.
Diante das atrocidades vividas em nosso país, nos posicionamos veementemente contra o acobertamento de episódios de abusos cometidos em ambientes religiosos e a impunibilidade de seus perpetradores.
Eininji é afiliado à Zen Peacemakers International e segue os Três Preceitos dos Pacificadores Zen. Esses preceitos constituem a base da ação engajada no mundo e, em nosso Núcleo, norteiam o propósito de ser um espaço seguro e promotor de ação compassiva em nossa comunidade.
- Não Saber é a prática de abandonar ideias fixas sobre nós mesmos e sobre o universo. Essa atitude nos permite renovar nossa atenção a cada situação em nossas vidas. Ao trabalharmos questões pessoais em grupo, a atitude de Não Saber nos convida a olhar com curiosidade o que cada pessoa traz consigo e cria a oportunidade de acolhê-la.
- Dar Testemunho é a prática de estar presente com o sofrimento e a alegria deste mundo. É a prática de estar totalmente presente e conectado com todo o nosso ser à catástrofe completa, à neutralidade ou à alegria do que quer que esteja surgindo. Ainda mais profundamente, a prática de Dar Testemunho é relacionar-se sem qualquer filtro com os outros e com o mundo ao nosso redor, e também com nós mesmos, com as mãos e os corações abertos.
- Agir Compassivamente é uma ação que surge do Não Saber e do Dar Testemunho, promovendo a cura do mundo e de nós mesmos como um caminho de prática. Significa agir (ou abster-se de agir) com a intenção clara de beneficiar os outros. Mais do simplesmente querer agir positivamente em nossas relações, precisamos primeiramente considerar nossa capacidade de nos avaliarmos emocionalmente e considerar em que medida nossa ação é necessária. Como podemos servir à situação e às pessoas e seres envolvidos? A proposta do Núcleo é a de proporcionar meios para que cada pessoa se oriente e possa agir compassivamente em sua vida e ser parte na ação socialmente engajada que propomos para a comunidade LGBTQIA+.
A prática zen budista de Eininji é diretamente ligada à Zen Peacemakers International, organização sem fins lucrativos de promoção de não violência pela prática Zen, e ao Upaya Zen Center, instituição de promoção do budismo socialmente engajado, dirigido por nossa professora Joan Halifax Roshi. A partir dessas instituições, incorporamos a prática do Caminho do Conselho (The Way of Council) em nossas atividades, por ser uma abordagem respeitosa e compassiva com o sofrimento.
O propósito não é aconselhar ou decidir sobre a vida pessoal de ninguém, mas de proporcionar um espaço onde você possa fazer uma pausa na vida, liberar as tensões físicas e emocionais, falar o que sente em seu coração e ouvir o coração de outras pessoas. Esta prática é realizada em grupo, mantendo o respeito ao espaço e tempo de fala de cada pessoa, sua intimidade e o sigilo absoluto sobre o que é dito. O intuito deste núcleo é que esta prática seja utilizada pela comunidade LGBTQIA+, sobretudo para que exercitemos falar sobre nossa dor, angústia, luto e o que nosso coração manifestar. É possível agendar atendimento privado com a coordenação a depender da gravidade da situação.
Conheça mais detalhes sobre a prática do Caminho do Conselho.
Não estamos acostumadas a sermos ouvidas com interesse real nem a estarmos completamente presentes quando alguém nos diz algo. Frequentemente estamos falando por cima, comentando, opinando, aconselhando sem que nos peçam. O caminho do conselho é um exercício de respeito ao falar e ao escutar. No conselho, somente falamos sobre nossa vida. Não comentamos sobre o que as demais pessoas disseram. Não falamos sobre o que foi dito no conselho com ninguém. Enquanto uma pessoa fala, as demais permanecem em ouvindo em silêncio, procurando estar presentes junto com o que é dito. Evitamos conversar mentalmente (“quando aconteceu?”, “Ela não reagiu. Por quê?”), dar opinião (“não concordo”, “isso é bobagem”, “que incrível”), aconselhar (“você deveria…”, “por que você não experimenta…”). Se isso acontecer, procuramos observar nossa distração e retornar à escuta atenta e livre de julgamentos.
Esse exercício de atenção no falar e no ouvir proporciona um momento de integração que vai além do sofrimento por trás de cada história e favorece o surgimento de um vínculo de cuidado mútuo. Esse vínculo é vital para a comunidade LGBTQIA+, que além da discriminação social, reproduz fobias que impedem o amadurecimento do sentido de coletividade.
Coordenação
Rafael Mundim
É mineiro de Patos de Minas, território ancestral dos povos Aratu-Sapucaí. É instrutor de yoga e meditação e terapeuta reikiano, formado em Direito pela UFMG. É instrutor em Eininji e aluno de Hoshi Alcio Tetsushin Braz. Pessoa LGBTQIAPN+, procura praticar dentro do campo das vivências pessoal e coletiva, de onde encontra abertura e leveza para trabalhar sua regeneração e o serviço à comunidade. Coordena o Núcleo LGBTQIAPN+ de Eininji, como parte de seu voto de bodisatva.